POR ALBERTO DE AVELLAR - A MÁQUINA PÚBLICA A SERVIÇO DO ESQUEMA...
Segundo as denúncias, o ex-prefeito Dinha teria montado um verdadeiro esquema criminoso eleitoral, utilizando funcionários públicos e cargos comissionados para ocupar posições em partidos e viabilizar o processo fraudulento. Entre os envolvidos, aparecem nomes estratégicos da antiga gestão:
• Denison, então chefe de gabinete e presidente partidário;
• Vânia, secretária da Ascom e presidente do Cidadania;
• Sérgio, presidente da ACCI e também presidente do PL;
• No União Brasil, figurava como vice-presidente a secretária de Serviço Social Andreia Pereira.
A engrenagem se completa com a atuação da então secretária de Administração, Laís, que além de gestora pública, também aparecia como advogada de partidos — inclusive defendendo as mulheres acusadas de candidaturas fictícias.
O processo nº 0600748-94.2024.6.05.0033, que investiga fraude à cota de gênero nas eleições municipais de Simões Filho, acaba de ganhar contornos ainda mais graves. Após o recurso interposto pelos partidos políticos, a ação foi encaminhada para análise no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) e, inevitavelmente, deverá chegar também ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As candidatas investigadas por candidaturas fictícias — Julia Maria Ribeiro Moreira da Silva, Simone Cardeal Oliveira, Ana Bárbara Lopes Bonfim Santos, Jaciara Amparo Santos da Conceição Bispo, Nilzete Cerqueira da Silva e Jéssica Batista dos Santos — já foram notificadas e apresentaram suas contrarrazões. Porém, o cerco agora se fecha contra quem está por trás do esquema: o ex-prefeito Diógenes Tolentino, o “Dinha”, apontado como o grande articulador da fraude.
FUNCIONÁRIAS NA FOLHA DE PAGAMENTO...
O esquema se aprofundava com candidaturas de servidoras que estavam ou ainda estão na folha de pagamento da Prefeitura. O caso mais emblemático é o da candidata Simone Cardeal, investigada por fraude, e de sua irmã Belúcia Cardeal, que a substituiu como gerente da Sefaz, mas nunca compareceu ao trabalho. Belúcia recebia salário durante o período eleitoral para, segundo as denúncias, repassar valores e garantir o financiamento da candidatura de Del e Simone Costa.
Esse modus operandi, já documentado nos autos, configura uso da máquina pública em benefício eleitoral, situação que reforça as acusações de abuso de poder político e econômico.
CONSEQUÊNCIAS EXPLOSIVAS...
Se o TRE-BA confirmar a fraude à cota de gênero, a cidade pode presenciar um abalo político sem precedentes: nove vereadores podem perder seus mandatos e a base do prefeito Del, junto à vice-prefeita Simone Costa, ficará em ruínas.
Além disso, a ação levanta suspeitas de que o fundo público e a folha de pagamento da Prefeitura foram manipulados para alimentar a estrutura eleitoral da chamada “República Tolentiana”. Tanto o Ministério Público quanto o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) já receberam representações formais sobre esses fatos.
O INOMINÁVEL DINHA NO BANCO DOS RÉUS...
Mais uma vez, o nome de Dinha, o inominável amante do poder e do dinheiro, reaparece como protagonista de um enredo de corrupção, fraude e manipulação do processo democrático.
Agora, com o processo nas mãos do TRE e futuramente do TSE, a expectativa é de que a Justiça Eleitoral adote uma postura dura, seguindo a linha dos recentes precedentes que não toleram candidaturas fictícias.
O povo de Simões Filho assiste, perplexo, à queda de um castelo construído com alicerces de corrupção e favorecimento político.
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