Direto dos Bastidores a Crise Política em Simões Filho: AIJE expõe bastidores do poder e destaca papel do Ministério Público e da Justiça Eleitoral....
POR ALBERTO DE AVELLAR - 18.07.2025
A rádio peão — sempre atenta e presente onde os microfones oficiais não alcançam — captou os ecos de uma reunião secreta entre o ex-prefeito Dinha, conhecido nos corredores políticos como “o inominável”, e aliados estratégicos. A pauta, nada trivial: salvar o mandato dos vereadores Itus Ramos, presidente da Câmara Municipal, Carlos Neto e Orlando de Amadeu, ameaçados de cassação pela Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura fraude na cota de gênero e abuso de poder político e econômico nas eleições de 2024.
Segundo fontes, vereadores da base descobriu a articulação e teria confrontado Dinha, exigindo a inclusão de seu partido na negociação para manutenção do poder legislativo. Caso contrário, prometeu expor esquemas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde e o controverso Diógenes, figura já conhecida por outras denúncias de bastidores.
Mas o enredo político vai muito além das disputas internas. O que está em jogo é a integridade do processo democrático em Simões Filho.
O papel fundamental do Ministério Público Eleitoral :
É o Ministério Público Eleitoral (MPE) o autor da AIJE — e seu trabalho tem sido vital para trazer à tona indícios de graves irregularidades nas eleições municipais. A suposta fraude na cota de gênero, que exige o cumprimento de percentual mínimo de candidaturas femininas, seria uma estratégia para burlar a legislação e favorecer partidos da base aliada, reforçando o domínio político do grupo liderado por Dinha e atualmente representado pelo prefeito Del, apelidado pela população de “prefeito meio-fio”, numa crítica ao estilo de gestão marcada por obras de pouca profundidade.
Além disso, o Ministério Público também investiga o uso indevido da máquina pública durante o período eleitoral — indícios de abuso de poder econômico e político que, se confirmados, podem resultar não apenas na cassação de mandatos, mas em inelegibilidade de agentes políticos envolvidos.
A Justiça que caminha — mas caminha firme:
Sob a condução do juiz eleitoral Gustavo Tenório de Albuquerque, o processo segue em curso com seriedade e atenção aos ritos legais. A audiência marcada para o dia 13 de agosto poderá ser decisiva. A expectativa é grande, não apenas nos corredores do poder, mas principalmente entre os cidadãos de Simões Filho, que aguardam com esperança que a Justiça cumpra seu papel de forma independente e imparcial.
Democracia sob ataque ou em reconstrução?
A situação escancara uma ferida aberta na política local: a instrumentalização das instituições públicas para fins eleitorais. O que está em jogo é mais do que o mandato de um vereador ou a influência de um ex-prefeito: é a própria credibilidade do sistema democrático em Simões Filho.
O trabalho do Ministério Público Eleitoral e da Justiça Eleitoral precisa ser reconhecido e apoiado pela sociedade. Em tempos de desconfiança generalizada, são essas instituições que ainda oferecem à população a esperança de que a lei vale para todos — inclusive para os que se escondem por trás de cargos, conchavos e siglas partidárias.
Enquanto os poderosos tentam manobrar para salvar seus próprios interesses, é dever da imprensa, da sociedade civil e dos órgãos de controle manter a vigilância ativa. A verdade pode andar devagar, mas quando chega, costuma ser implacável.
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