Por Alberto de Avellar - Como diz o velho ditado, “tudo que começa errado termina errado”. E em Simões Filho — a cidade icônica em absurdos que respira estratégia política 24 horas por dia, 365 dias por ano — essa máxima parece ter sido transformada em política pública.
Nos primeiros 365 dias do Governo Del do Cristo Rei, criado sem transição real e funcionando como o verdadeiro “governo tampão” de Dinha para Dinha — ou para a família Tolentino em 2028 — o cenário começa a ganhar contornos de tragédia anunciada. Del, aos olhos da opinião pública, já desponta como o recordista municipal de desemprego no fim do ano, a exemplo da demissão em massa da Fabamed no Hospital Municipal.
Durante oito anos, a propaganda enganosa do ex-prefeito Dinha inundou as redes sociais com a narrativa de que seu governo era o paraíso do emprego e o oásis do pagamento antecipado. Chegava até a ostentar gratificações milionárias que atingiam 1000% — claro, apenas para os “mais chegados”. A verdade é que Dinha montou um exército de funcionários fantasmas, rachadinhas e gratificações turbinadas, tudo sob o comando de um grupo… que respondia a outro grupo… que respondia a um terceiro grupo dominador que controlava os cofres públicos como quem administra um caixa eletrônico particular.
E assim, com compra de votos, empréstimos suspeitos, obras inacabadas, contratos milionários e muita fé no tapetão, Dinha conseguiu eleger seu sucessor: Del do Cristo Rei.
Del, ninguém sabe se por convivência, conveniência ou simples submissão mesmo, aceitou sentar na cadeira de alcaide sob domínio total do ex-prefeito. A tão esperada transição de governo — aquela que a população queria para saber onde foi parar o dinheiro público, quem eram os nomeados, quem ganhava gratificações surreais, como estavam os contratos e o patrimônio municipal — nunca aconteceu. Del apenas aceitou ser o prefeito tampão por quatro anos, esperando religiosamente devolver o controle a Dinha ou à sua família.
Mas o roteiro deu errado.
A “coisa”, tão bem amarrada nos bastidores, entrou água quando começaram a pipocar denúncias, esquemas fraudulentos e revolta popular. O caso ganhou vida própria com as AIJEs de Cota de Gênero e Abuso de Poder: uma já foi parar no TRE-BA, a outra no TSE em Brasília.
Enquanto isso, Del permanece no cargo aguardando o desfecho no TRE-BA e, possivelmente, no TSE. Até lá, continua segurando firme a alça do caixão da famosa “Arca da Aliança” — o símbolo perfeito da Herança Maldita de Dinha.
E justamente nesse momento de crise política, econômica e social, com a opinião pública completamente revoltada com a inoperância do governo Del, surge um título inusitado:
Del será o premiado do ano como o maior responsável pelo desemprego em massa das terceirizadas e do funcionalismo municipal na última década.
Não por incompetência própria — mas porque o rombo deixado por Dinha é tão monumental que não há dinheiro sequer para pagar os servidores e as rescisões de 2024… imagine as de 2025.
E tem mais:
Se Del não der a volta por cima nos próximos dias, fazendo uma reforma administrativa profunda, substituindo secretários impostos pelo ex-prefeito e exonerando os funcionários fantasmas que habitam as redes sociais, corre sério risco de ser engolido pela Lei de Responsabilidade Fiscal — e perder a cadeira de alcaide por medida cautelar.
Eu, aqui no meu exílio político forçado, sigo observando tudo de camarote.
Só aguardando o mar pegar fogo para comer tubarão frito — uma delícia, por sinal.


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