PELO COLUNISTA SEMANAL JFB - A Justiça Bate à Porta - Julho 13, 2025
Simões Filho, cidade operária RMS, acordou nos últimos dias como
se tivesse sido arrastada para o centro de um redemoinho que mistura política,
escândalos, abandono e Justiça. O que antes era sussurro de bastidor agora
explode em alto-falantes: o ciclo político que dominou a cidade nos últimos
anos está ruindo.
A invasão do Galpão da Prefeitura Municipal pelo Ministério
Público com apoio das polícias Civil e Militar foi o estopim mais visível da
crise. Mas o que parece operação de rotina é, na verdade, a ponta do iceberg de
um colapso institucional sem precedentes.
O Cerco
Jurídico se Fecha;
Com o afastamento do antigo juiz da 33ª Zona Eleitoral por decisão
do CNJ e a chegada do magistrado Leonardo Tenório de Albuquerque, os processos travados
ganharam ritmo. A AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) que investiga
a chapa Del–Simone–Dinha finalmente avança. E com força.
A audiência marcada para o dia 13 de agosto de 2025, às 14h,
promete ser histórica. Em pauta: abuso de poder político, econômico e fraude à
cota de gênero. Nos autos, há vídeos, nomeações em massa, servidores coagidos,
candidaturas laranjas e uso escancarado da máquina pública como trampolim
eleitoral.
As provas não são mais apenas denúncias de WhatsApp. São
documentos oficiais, áudios autenticados, vídeos públicos — e agora até depoimentos
de figuras do próprio sistema, num clima de delações e rachas internos.
A “Operação
Galpão”: O Escândalo em Carne e Osso;
No coração da crise, o Galpão da Prefeitura virou símbolo da
decadência administrativa. Ali, foram encontrados ônibus escolares abandonados,
ambulâncias sumidas, e o retrato literal do descaso.
O mais chocante: a ausência da UTI Móvel, desaparecida desde 2024,
que poderia ter salvado a vida do levita
Fábio Temeson, autor do Hino de Simões Filho. Sua morte, em maio de 2024,
foi denunciada nas “Crônicas do Bom
Velhinho” — e agora, virou prova solicitada pelo Ministério Público.
E mais: dezenas de ônibus escolares doados pelo Governo Federal — os famosos “Amarelinhos” — estão apodrecendo no pátio por falhas simples: pneus furados, baterias descarregadas, bancos quebrados. Tudo isso, enquanto estudantes são transportados de forma precária e a Prefeitura lança licitação milionária de R$ 17 milhões.
Exonerações,
Perseguições e o Gabinete do Ódio;
A crise não se limita aos veículos.
Ela respinga em servidores públicos, como o caso do exonerado Ranguiner,
acusado de ter facilitado a filmagem que revelou o estado do galpão. Sua
demissão não foi administrativa — foi vingança política, prática antiga na
cartilha do autoritarismo municipal.
Por trás de tudo, opera o chamado “Gabinete do Ódio”: um grupo de influência interna que, segundo fontes, manipula informações, controla cargos, filtra ameaças e organiza retaliações. Um sistema de comando paralelo, onde Dinha, mesmo fora do cargo, ainda dá as ordens.
A Profecia
dos Bastidores se Cumpre;
Quem acompanhou a crônica “Bastidores
do Poder”, publicada semanas atrás, não se surpreende com o que está
acontecendo. Ali, já se alertava: Dinha nunca largou o poder. Del era apenas
uma peça em um tabuleiro controlado à distância — e o estopim seria o rompimento
do pacto de silêncio entre ambos.
A frase “Não vou segurar o processo”, atribuída a Dinha, agora ganha tons de tragédia política. O que era ameaça virou realidade. A Justiça foi acionada — e respondeu.
E
a proximidade com o Judiciário, construída por meio de homenagens e
articulações suspeitas, agora é alvo de desconfiança. Em vez de proteger,
expôs. Em vez de blindar, arrastou a todos para o centro do furacão.
E Agora,
Simões Filho?
A cidade está à beira de um novo ciclo. A Justiça marcou a data, o
povo já percebeu o colapso, e os fatos — antes enterrados no galpão do
esquecimento — emergiram à luz do dia.
Resta saber
quem vai pagar a conta.
Quem
autorizou o abandono dos veículos?
Quem
sumiu com a ambulância?
Quem chantageou quem?
Quem vai responder pela fraude eleitoral?
Fim de um
Ciclo ou Princípio da Reconstrução?
A coroa caiu. Dinha, Del, Simone — todos estão sob o olhar da
Justiça e da população. A imagem de liderança inabalável desmoronou. E com ela,
todo um modelo de fazer política baseado em promessas, manipulação e controle
absoluto.
Simões Filho agora tem uma chance — talvez a última — de
reconstruir sua história com base na verdade, na justiça e no respeito ao povo.
Porque uma cidade não pode viver de sombras, de galpões trancados,
nem de ambulâncias sumidas. Ela precisa de luz, transparência e futuro.
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