Por Alberto de Avellar - Quem está com a verdade: a promotora que investigou e foi atacada, ou a que pede arquivamento sem conhecer o processo?
Processo: AIJE 0600723-81.2024.6.05.0033 – 033ª ZE / Simões Filho-BA
A cidade de Simões Filho reagiu com espanto e indignação ao parecer da promotora Mariana Pacheco de Figueiredo, que em 16 de outubro de 2025 pediu a improcedência da AIJE por abuso de poder político e econômico movida contra Devaldo Soares (Del), Simone Oliveira e o ex-prefeito Diógenes Tolentino (Dinha).
O parecer, apresentado como “Alegações Finais”, contradiz todo o processo conduzido pela promotora Cláudia Paranhos, que acompanhou o caso desde o início das eleições de 2024, reunindo mais de 1.200 páginas de provas — entre áudios, vídeos, documentos públicos e depoimentos de servidores.
Mais do que um ato técnico, o parecer de Mariana desautoriza o trabalho do próprio Ministério Público Eleitoral, desqualifica as testemunhas que o MP havia arrolado e adota o discurso da defesa, afirmando que “não há prova robusta” para condenação.
O CONFLITO INTERNO: QUEM ESTÁ COM A VERDADE?
A pergunta que ecoa nas ruas e nas redes sociais é direta e inquietante:
Quem está com a verdade?
A promotora Cláudia Paranhos, que investigou com profundidade, enfrentou pressões políticas e foi atacada moralmente por aliados de Dinha e Del, por cumprir o seu dever institucional?
Ou a promotora Mariana Pacheco, que assumiu o caso apenas na reta final, sem conhecer o processo eleitoral, e em poucas páginas desmontou toda a investigação conduzida pelo próprio MP?
“Como alguém que não viveu o processo pode desautorizar quem o acompanhou do início ao fim?”, questionam advogados e observadores locais.
O EPISÓDIO DAS AGRESSÕES CONTRA CLÁUDIA PARANHOS
Durante a campanha de 2024, a promotora Cláudia Paranhos foi alvo de ataques morais e políticos por aliados do grupo Dinha/Del, após cobrar transparência nas nomeações públicas e cumprimento da lei eleitoral.
O episódio gerou nota interna de solidariedade dentro do próprio Ministério Público e apoio popular, reforçando a imagem de uma promotora técnica, corajosa e independente.
O contraste agora é evidente: quem foi atacada por fiscalizar é desautorizada, e quem não viveu o processo pede o arquivamento.
Para muitos, isso expõe uma contradição grave dentro do próprio MP.
O GIRO DE 180°...
Enquanto Cláudia Paranhos sustentou a cassação da chapa por entender comprovado o uso indevido da máquina pública e a coação de servidores, Mariana Pacheco afirma que faltam provas diretas e que o áudio de Del seria apenas “indiciário”.
Críticos afirmam que o novo parecer inverte o papel do Ministério Público, que deveria buscar e fortalecer as provas, e não arquivar por ausência delas.
REAÇÃO POPULAR...
A população de Simões Filho reage com perplexidade e desconfiança.
“Cláudia Paranhos defendeu a lei e foi atacada. Agora chega outra promotora, pede arquivamento e desmonta tudo o que foi apurado. Isso é justiça ou conveniência?”, questiona um morador da cidade.
CONCLUSÃO...
O parecer da promotora Mariana Pacheco não encerra o processo, mas fragiliza a imagem do Ministério Público Eleitoral e deixa no ar uma pergunta incômoda:
Quem está com a verdade?
A promotora que enfrentou o poder para defender a lei, ou a que defende o poder para não enfrentar a verdade?
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