Por Alberto de Avellar - Pesquisa de dezembro aponta liderança de ACM Neto e João Roma e sinaliza possível virada histórica na Bahia após 20 anos do PT
Uma pesquisa divulgada neste mês de dezembro pelo Instituto Data Trends acendeu o sinal de alerta no tabuleiro político baiano e reforçou a percepção de que as eleições estaduais de 2026 podem marcar uma mudança de ciclo no comando do Estado. A dez meses do pleito, o levantamento aponta vantagem significativa de ACM Neto na disputa pelo Governo da Bahia e coloca João Roma em posição competitiva na corrida pelo Senado, em um cenário que ameaça encerrar duas décadas de hegemonia do Partido dos Trabalhadores (PT).
Cenário para o Governo da Bahia:
No levantamento estimulado para governador, ACM Neto aparece na liderança com 45% das intenções de voto, abrindo uma vantagem confortável sobre o atual vice-governador Jerônimo Rodrigues (PT), que soma 34%.
Outros nomes pontuam bem abaixo:
• Kleber Rosa (PSOL): 3%
• José Carlos Aleluia (Novo): 3%
• Votos em branco: 10%
• Não sabem/não responderam: 5%
O resultado indica que ACM Neto entra na reta decisiva do pré-processo eleitoral com força eleitoral consolidada, especialmente após ter sido derrotado por margem estreita na última disputa estadual. O desempenho sugere um eleitorado disposto a experimentar uma alternativa ao projeto petista, que governa a Bahia desde 2007.
Disputa pelo Senado: João Roma cresce e pressiona favoritos
Na corrida pelo Senado, o cenário também revela movimentações importantes. O ministro e ex-deputado federal João Roma aparece com 31% das intenções de voto, em posição competitiva, disputando espaço com nomes tradicionais da política baiana.
A pesquisa aponta:
• Rui Costa (PT): 39%
• João Roma (PL): 31%
• Jaques Wagner (PT): 29%
• Ângelo Coronel (PSD): 22%
• Marcelo Nilo (Republicanos): 13%
• Márcio Marinho (Republicanos): 10%
• Adolfo Viana (PSDB): 8%
• Aroldo Cedraz (Solidariedade): 5%
• Branco: 16%
• Indecisos: 27%
O alto índice de indecisos e votos brancos indica que a disputa ainda está em aberto, mas o desempenho de João Roma chama atenção por consolidar um campo conservador e antipetista, capaz de ameaçar o domínio histórico do PT também no Senado.
Fim de um ciclo?
Caso o cenário atual se confirme nas urnas, a Bahia poderá assistir a uma mudança inédita após quase 20 anos de governos petistas, liderados por nomes como Jaques Wagner, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues. A pesquisa sugere desgaste do modelo vigente e revela um eleitorado mais aberto a alternância de poder, impulsionado por insatisfações econômicas, administrativas e políticas.
Especialistas avaliam que a combinação entre a liderança de ACM Neto para o Executivo estadual e o crescimento de João Roma para o Senado pode criar um novo eixo político na Bahia, com impacto direto na relação do estado com o governo federal e no reposicionamento das forças partidárias.
Pesquisa e contexto:
O levantamento foi realizado pelo Instituto Data Trends, com divulgação em dezembro, e reflete o cenário atual a dez meses das eleições estaduais. Analistas ressaltam que, embora a campanha oficial ainda não tenha começado, os números funcionam como termômetro político e devem orientar estratégias, alianças e discursos nos próximos meses.
A corrida está lançada — e, pela primeira vez em duas décadas, o PT vê sua hegemonia seriamente ameaçada na Bahia.
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