Por Alberto de Avellar - O segundo tempo da reunião da Gamboa de Cima foi digno de final de campeonato… daqueles em que o juiz já entra em campo com o apito tremendo e o bolso pesado de cartões. O placar estava indefinido, o clima tenso e, de repente, entrou em campo o time titular de Dinha, com direito a braçadeira de capitão, estratégia ousada e jogadas ensaiadas nos bastidores.
O capitão da equipe? O jovem secretário de Esportes, Igor Toumentindo, herdeiro direto do vestiário do ex-prefeito Diógenes Toumentindo. Com a confiança de quem acha que ainda joga em casa, avançou no ataque das contratações, escalando jogadores da chamada “seleção municipal” direto para a folha da prefeitura — sem VAR, sem transparência e sem vergonha. O lance foi tão escandaloso que acabou devidamente denunciado pelo vereador Genivaldo Lima ao Ministério Público. Bola na marca do pênalti.
Mas o time não jogava sozinho.
Na meta, firme como se fosse dona do estádio, Simone Costa a goleira titular absoluta do sistema, aquela que “não leva peru em jogo decisivo”. Participou de todas as partidas, de todos os processos e, segundo os bastidores, de todas as irregularidades. Assinou, aprovou, validou e carimbou contratações que cheiram a falta grave contra o erário. A torcida já começa a gritar: “é expulsão!”
No meio de campo, organizando o jogo longe do banco do técnico, surge o poderoso Roberto da Sefaz. Diz a rádio peão — sempre bem informada — que desde junho ele não despacha com o pequeno gigante do Cristo Rei. Joga isolado, sem conversar com o comandante e sem respeitar a hierarquia do clube. Um camisa 10 que acha que manda mais que o treinador.
O trio está ali, parado, olhando para a marca do pênalti. O estádio em silêncio. O árbitro consulta mentalmente o regulamento. Falta grave. Reincidência. Desrespeito à autoridade máxima do campo. O cartão vermelho já está fora do bolso, reluzindo no sol do fim de ano.
É jogo final. Não tem prorrogação. Não tem segundo aviso. Quem comete falta grave perto do apito final corre o risco de sair de campo sem direito a voltar aos gramados da gestão pública.
A bola está com o juiz.
E, ao que tudo indica, alguém vai sair mais cedo para o vestiário.

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