Por Alberto de Avellar - setembro 18, 2025
E eis que os poderosos encontram, nas brechas da Lei, uma nova modalidade para deixar o povo — aquele que paga a conta — mais por fora que “umbigos de dançarina do Chacrinha na década de 70”. Naquele tempo, quem tinha telefone era só gente rica; imagine redes sociais, celular… isso era coisa de ficção científica, tipo “Jornada nas Estrelas”.
Estou a falar de segredo de justiça. Trata-se de uma restrição à publicidade de processos judiciais e investigações policiais, criada para proteger a intimidade das partes envolvidas e garantir a segurança de dados sensíveis — como informações pessoais, dados financeiros e investigações em andamento. Apenas as partes do processo, seus advogados e os órgãos da Justiça têm acesso aos documentos e informações restritas, sendo o acesso ao público em geral proibido.
É verdade, meus nobres leitores e seguidores: todos aqueles que se regozijavam com as matérias, denúncias e críticas sobre política e, principalmente, sobre políticas públicas, agora se deparam com uma barreira. O povo — que, na realidade, paga a conta através de seus impostos e é o verdadeiro financiador da corrupção e do desvio de dinheiro público — perde o direito de saber como os recursos, que deveriam ser aplicados em serviços essenciais como segurança, saúde, educação, infraestrutura e transporte, estão sendo utilizados.
Em suma: finalmente, conseguiram encontrar uma fórmula mágica para calar e amordaçar as Crônicas do Bom Velhinho e outros veículos de comunicação que ousam escancarar a realidade em tempo real, sem medo de represálias. A saída encontrada é processar sob o manto do “Segredo de Justiça” e, em caso de descumprimento, solicitar aos magistrados que emitam comandos judiciais para retirar sites e blogs do ar — inclusive notificando o Google com base em dispositivos legais.
“Por esta razão, nosso Editorial segue comprometido em levar informações em tempo real, aguardando pacientemente a decisão judicial, que pode levar anos ou até décadas.”
Enquanto aguardamos, com os “dentes cravados na parede”, assistimos mais uma vez à comida sendo tirada de nossas mesas. Vemos, pacificamente, nossa condição de quarto poder ser rebaixada à de mendigos, sem conseguir honrar sequer nosso compromisso constitucional de exercer o jornalismo verdadeiro, protegendo nossas fontes.
Reiteramos, portanto, o pedido de ajuda financeira através da chave PIX 183.196.020-68. O trabalho não pode parar: levar informações com o cunho da verdade para nossos leitores e seguidores é nossa missão.
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