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AS CRÔNICAS DO BOM VELHINHO DE NATAL !!!



Por Alberto de Avellar - Era uma vez — porque toda tragédia política começa assim — uma cidade chamada Simões Filho, onde o Natal chegou iluminado, mas a consciência pública ficou no escuro. As luzes piscavam, os enfeites sorriam, e o Bom Velhinho, cansado de tantas promessas quebradas, resolveu descer do trenó e dar uma volta pela cidade.

Logo na entrada, viu uma casa grande, cercada, cheia de câmeras, grades e seguranças. Parecia condomínio de luxo. “Alphaville?”, perguntou o Bom Velhinho.

“Não, Papai Noel”, respondeu o morador de rua. “É a Casa do Povo… ou era.”

Dentro da casa, silêncio. Fora dela, médicos sem salários há três meses, professores esperando precatórios como quem espera milagre, e o Fundeb… ah, o Fundeb virou personagem de lenda urbana: todo mundo fala, ninguém vê. 

E.... O Bom Velhinho seguiu caminhando e tropeçou numa cratera. Depois noutra. O asfalto, cansado, perdeu a cor e a paciência. Perguntou a um morador onde ficava a rodoviária. Ele riu:

“Foi para Nárnia, meu senhor. Foi junto com o dinheiro.” 

Mais adiante, uma Vila brilhava. Linda, instagramável, perfeita para fotos oficiais. Mas o Bom Velhinho notou algo estranho: o povo dos bairros distantes não estava lá. Faltava transporte, faltava acesso, faltava o principal ingrediente do Natal: gente.

Natal sem povo é decoração. Não é celebração.

E no centro da história estava Del, o herdeiro. Não de um reino próspero, mas de uma herança maldita. Recebeu a chave, mas não recebeu o inventário. Herdou a casa, mas não sabe o que tem nos porões. Herdou os móveis, mas os fantasmas vieram junto.

Os secretários? Alguns não respondem ao dono da casa, mas ao antigo morador. São como procuradores do passado, guardiões de interesses alheios, sentinelas de um tempo que insiste em não acabar.

E o Bom Velhinho, com seu saco vazio de presentes, parou na frente do palácio e fez a pergunta que ninguém quer responder:

“Del, meu filho… o que você vai fazer com o inventário do patrimônio público que Dinha não te entregou?”

Vai continuar varrendo os escombros para debaixo do tapete?

Vai fingir que não ouve os ruídos da casa assombrada?

Ou vai acender a luz, abrir as portas e mandar os fantasmas embora?

Porque 2026 está logo ali, batendo à porta como cobrador impaciente.

É sua chance de quebrar as maldições do casal Dinha/Kátia Oliveira.

O povo quer saber se você vai continuar prisioneiro do passado ou se vai, finalmente, governar com as próprias mãos.

O Bom Velhinho subiu no trenó, olhou para trás e deixou o aviso:

Herança se recusa. Maldição se rompe. Mas o tempo… o tempo não espera.

E partiu.

Porque até o Papai Noel sabe: quem governa com medo acaba sendo governado.

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