Por Alberto de Avellar - Simões Filho, a cidade icônica em absurdos, continua sendo palco de um dos capítulos mais sombrios de sua história recente: o colapso da saúde pública, responsável por devastar famílias, destruir vidas e transformar o que deveria ser direito constitucional em cenário de abandono, dor e humilhação.
Instalações do Hospital antes da FABAMED
No centro desse caos encontram-se personagens e instituições que caminharam juntas, de mãos dadas, para construir essa tragédia anunciada: a FABAMED, a então secretária de Saúde Iridan Brasileiro, o ex-prefeito Diógenes Tolentino (Dinha) e o atual prefeito Devaldo Soares (Del).
Cada um, ao seu modo, contribuiu para tornar o sistema de saúde de Simões Filho uma máquina de sofrimento humano.
A FABAMED: a engrenagem que transformou a saúde em negócio...
Não é segredo para ninguém — e muito menos para os órgãos de controle — que a FABAMED operou como um tentáculo empresarial infiltrado nas estruturas da saúde municipal. Contratos milionários, serviços precarizados, denúncias que se acumulam como dossiês de guerra e, no fim de tudo, um legado de caos.
Faltou médico.
Faltou remédio.
Faltou insumo básico.
Faltou respeito.
Mas nunca faltou pagamento vultoso para a instituição que deveria garantir o mínimo: o atendimento digno à população.
A sensação é de que a saúde virou comércio, balcão, vitrine — e o povo virou estatística descartável.
Iridan Brasileiro: a gestão que deixou um rastro de ruína...
A então secretária de Saúde, Iridan Brasileiro, foi o rosto institucional de uma das piores fases da saúde de Simões Filho. Sob sua gestão, a cidade mergulhou em:
• filas intermináveis;
• desassistência crônica;
• falta de medicamentos essenciais;
• ambulâncias sucateadas;
• unidades de saúde entregues ao abandono;
• profissionais sobrecarregados e mal pagos.
Enquanto isso, centenas de famílias correram, desesperadas, de hospital em hospital, buscando atendimento para seus entes queridos. Muitos não resistiram.
Morreram à míngua, sem acesso ao básico, vítimas de um sistema político que preferiu o conforto das alianças ao compromisso com a vida humana.
Dinha: o arquiteto do desastre...
O ex-prefeito Diógenes Tolentino (Dinha) foi o grande maestro dessa sinfonia trágica. Sob sua caneta, contratos foram firmados, a FABAMED se instalou, e a saúde pública se transformou em algo que nem de longe lembrava o SUS que a Constituição prometeu.
Sua administração produziu números e discursos, mas não produziu leitos suficientes, nem médicos suficientes, nem dignidade suficiente.
Produziu, isso sim, um desastre humanitário silencioso, onde morte, abandono e falta de assistência viraram rotina.
As centenas de vidas perdidas não são acidentes: são consequências.
Del: o silêncio cúmplice e a continuidade automática do caos
Quando Del assumiu prometendo “Um Novo Tempo”, a população acreditou — afinal, depois de tanta dor, a esperança é a última que morre.
Mas a realidade foi dura: o caos não apenas continuou, como se aprofundou.
As mesmas práticas, os mesmos contratos, as mesmas empresas, os mesmos bastidores, a mesma política velha travestida de novidade.
Del manteve a máquina funcionando.
Manteve os contratos.
Manteve o modelo que tanto destruiu.
É duro dizer, mas necessário:
onde Dinha construiu o abismo, Del decidiu permanecer.
A tragédia das famílias: o número que não aparece no Diário Oficial
Enquanto a prefeitura publicava contratos milionários com a FABAMED, as famílias de Simões Filho enterravam seus mortos — vítimas de:
• falta de atendimento;
• demora em regulação;
• negligência;
• filas desumanas;
• diagnósticos tardios;
• ausência de medicamentos;
• omissão escancarada.
Não são números.
Não são dados de planilha.
Não são estatísticas.
São mães, pais, filhos, avós, trabalhadores, gente que pagou impostos e não recebeu o mínimo.
Simões Filho viveu — e ainda vive — uma espécie de massacre silencioso, institucionalizado, legitimado pelo descaso político.
O alerta final...
Simões Filho não precisa de discursos. Precisa de compromisso.
Não precisa de promessas. Precisa de transparência.
Não precisa de propaganda. Precisa de gestão real.
E é preciso dizer, sem meias-palavras:
A saúde pública de Simões Filho foi destruída com a assinatura conjunta de Dinha, Iridan, a FABAMED e Del.
E enquanto nada mudar, vidas continuarão sendo ceifadas, famílias continuarão se desfazendo e a cidade continuará sendo o retrato fiel do desrespeito à vida humana.
O povo não esquece.
Os processos chegam.
E a Justiça — ainda que demore — sempre bate à porta dos que julgam estar acima da lei.
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