Por Alberto de Avellar – Eu já disse e repito: não sou vidente, não sou Mãe Diná, nem recebo revelações em sonho. Sou apenas cronista político — trabalho com fatos, documentos e aquilo que está mais explícito do que outdoor de campanha. E, em Simões Filho, sejamos francos: prever o futuro é mais fácil que acertar o resultado do baba da praça.
Pois bem.
Na última terça-feira (25), a deputada Kátia Oliveira, eterna metade do casal Dinha & Katita, resolveu dar o ar da sua graça no programa Panorama de Notícias, da Simões Filho FM. Horário nobre. Estúdio arrumadinho. Microfones brilhando. E os âncoras Ataíde Barbosa e Romário Santos esperando aquele show político que outrora juntava mais gente que a porta da Casas Bahia em Black Friday.
Mas o que se viu foi um espetáculo digno da série “Crise dos Maravilhas – Temporada Final”.
O discurso?
Mais batido que martelo de leiloeiro. Mais gasto que banco de buzu da linha Lauro de Freitas. A deputada tentou vender a mesma ladainha de sempre, mas nem se convenceu no espelho. Se discurso político fosse pneu de carro, o dela estaria careca desde 2018.
O público fiel?
Bom…
Fiel, fiel mesmo, só o vazio.
Dos milhares que formavam a famosa “onda azul 44”, só apareceram seis vereadores, um secretário dos mais de trinta, e um silêncio tão grande que dava para ouvir a esperança indo embora pela porta dos fundos. O prefeito Del? Nem a sombra passou perto da rádio. Os pastores? Foram louvar em outra freguesia, talvez buscando uma revelação mais promissora que a cena deprimente do estúdio.
A audiência, coitada, ficou estacionada em 120 aparelhos conectados ao vivo. Dá para juntar esse povo no fundo de uma Topic e ainda sobra lugar para um vendedor de água mineral.
Katia falava… e nada acontecia.
Era como assistir alguém tentando reacender uma fogueira molhada. Olhava para o celular, olhava para o maridão Dinha com aquela expressão de “me tira daqui antes que percebam”, e nada do discurso engrenar.
Até que Romário Santos resolveu cometer o crime perfeito: fazer uma pergunta sincera.
— “Deputada, existe o relato de um jornalista que disse que trabalhar na gestão de Dinha era como sentar no colo do capeta…”
Pronto. Acabou-se o que era doce.
A deputada desmontou ao vivo. A realidade bateu mais forte que votação perdida no TRE: o barco está afundando, não tem colete salva-vidas e a banda já parou de tocar faz tempo.
Os 27 mil votos de 2022?
Evaporaram. Sumiram no ar.
Nem com milagre de pastor neopentecostal, nem com promessas ressuscitadas, nem com articuladores “de fé”. Em 2026, se conseguir 5 mil votos, já dá para acender uma vela de gratidão.
E se fosse disputar vaga de vereadora ainda corria o risco de virar suplente de suplente, aquela categoria que só trabalha quando o vereador pega dengue e o substituto está de férias.
E Dinha?
Ah, Dinha…
Está mais queimado que churrasco de bêbado na final da Copa, com um manco batendo o último pênalti depois de duas garrafas de Pitú. É o tipo de queimado que nem filtro solar fator 200 salva.



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