Por Alberto de Avellar – Crônicas do Bom Velhinho
A política de Simões Filho nunca decepciona quando o assunto é manobra para ganhar tempo na Justiça. Desta vez, não foi o prefeito Devaldo Soares de Souza, o Del, quem arrumou as malas, mas sim o seu advogado, André Requião Moura.
Conforme documentos oficiais do processo da AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), a defesa de Del protocolou um pedido para adiar a audiência de instrução marcada para o dia 30 de setembro de 2025, alegando “justo impedimento”. O motivo? O advogado já teria programado uma viagem turística internacional entre os dias 25 de setembro e 3 de outubro, com passagens compradas em 11 de agosto, antes da audiência ser marcada .
O ITINERÁRIO DO PASSEIO....
Segundo os bilhetes anexados, o advogado pretende voar de Salvador para Lisboa, seguir até Marrakech (Marrocos), retornar a Lisboa e depois desembarcar em Recife  . Tudo em plena semana em que deveria estar atuando na defesa do prefeito, réu ao lado de Dinha e da vice-prefeita Simone Costa por abuso de poder econômico e político.
Ou seja, enquanto o processo segue como um dos mais importantes da história política de Simões Filho, o advogado prefere garantir uns dias de turismo internacional.
DEFESA OU PROCRASTINAÇÃO DISFARÇADA?
Na petição, a defesa afirma que a ausência do advogado comprometeria o direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.
Mas fica a dúvida inevitável: uma viagem de lazer particular deve se sobrepor a um processo judicial que pode cassar mandatos e alterar o destino político da cidade?
Para críticos da gestão, o pedido soa como uma tentativa de procrastinar a marcha processual, empurrando a audiência para depois do “tour europeu e marroquino” do defensor de Del.
O QUE DECIDIRÁ O JUIZ TENÓRIO?
A bola agora está com o magistrado da 33ª Zona Eleitoral. Caberá ao juiz Tenório decidir se acata o pedido de redesignação ou se mantém a audiência, garantindo que o processo siga seu curso natural.
A questão central é simples: o direito de defesa é sagrado, mas será que pode ser usado como escudo para atrasar uma ação de tamanha relevância, só porque o advogado resolveu viajar?
CONCLUSÃO: UMA JUSTIÇA À PROVA DE TURISMO
O caso mostra como até mesmo uma viagem pessoal pode virar argumento jurídico em processos que envolvem abuso de poder e eleições manchadas por denúncias.
Enquanto o povo de Simões Filho aguarda justiça, Del, Dinha e Simone seguem como réus, e seu advogado busca ganhar tempo entre uma escala em Lisboa e um passeio pelas ruas de Marrakech.
Pergunta que fica: a Justiça será firme o suficiente para impedir que um bilhete aéreo seja mais forte que o peso da lei?
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