Por Alberto de Avellar – 29 de agosto de 2025...
Que o Sistema de Transporte em Simões Filho é um verdadeiro caos, ninguém ousa negar. O interessante — ou trágico, dependendo do ponto de vista — é que os vereadores, responsáveis por “fazer e fazer cumprir a lei”, sabem do problema, mas preferem fingir miopia política para não incomodar seus prefeitos e secretários de estimação. Resultado: inoperância total e uma cidade refém da inércia.
Na 20ª sessão da Casa Legislativa, nada menos que três indicações diferentes trataram do tema transporte. Ou seja, até os vereadores já perceberam o tamanho do buraco. Mas, como de costume, ficaram só nas palavras — porque resolver que é bom, ninguém resolve. Enquanto isso, o povo segue abandonado nos bairros, sem acesso decente a saúde, educação e infraestrutura.
O caso do “abrigo fantasma”
O episódio mais surreal foi a fala do vereador Orlando de Amadeu, lembrando que na gestão Diógenes Tolentino (o sempre presente “Dinha”) chegou a ser liberada uma área para construção de um Abrigo Noturno em Santa Rosa, às margens da BA-093. A ideia? Jogar os moradores de rua para lá, como se fossem peças de xadrez fora do tabuleiro da cidade.
Orlando resumiu a aberração:
“Como esses moradores de rua, em estado de vulnerabilidade, vão se deslocar até Santa Rosa sem transporte e depois voltar ao centro para mendigar?”
Sim, caro leitor, em Simões Filho até a política social depende de milagre — ou de carona de anjo.
Comércio quebrado e revolta crescente...
A falta de um sistema de transporte minimamente aceitável não só fere a dignidade da população, mas também empurra o comércio local para a falência. Bairros afastados vivem como ilhas, sem direito de ir e vir. O resultado? O povo apela para as redes sociais e grupos de WhatsApp, onde a revolta cresce e ecoa mais alto do que no plenário cheio de discursos vazios.
Geração de emprego e renda ....
Muito se fala em preparar os jovens para o Mercado de Trabalho o discurso politico é muito bonito, mas, na pratica nada os jovens não tem transporte. - O mesmo acontece com o Mercado Municipal, um empreendimento de mais de 15 milhões de reais e a população dos bairros mais afastados não tem acesso por falta de transporte publico.
E não venham com o blábláblá que a culpa e do Governo do Estado, pois conforme Lei 13.683/2018 acabou o mito Transporte Intermunicipal entre cidade limítrofes é convenio entre município e Simões Filho perdeu o prazo para apresentar na ALBA o "Plano do Sistema de Transporte Metropolitano de Simões Filho".
Depoimento que resume a tragédia...
Nosso editorial recebeu o desabafo de um leitor, Adiel França, que colocou em palavras aquilo que milhares sentem diariamente:
“Simões Filho está literalmente sem transporte. Ontem precisei ir a Lauro de Freitas fazer exame. Na ida, às 6h em ponto, tudo funcionou. Mas na volta… saí da clínica às 10h18 e fiquei até 12h40 no ponto esperando transporte. Só consegui voltar quando apareceu uma van. Enquanto isso, lembrava do que vocês vêm denunciando: o PDDM, a bagunça do transporte e o descaso. Por mais que o homem não faça justiça, Deus fará. Simões Filho está sofrendo.”
Eis o retrato fiel: uma cidade onde pegar um ônibus virou aventura digna de reality show. O povo sofre, os vereadores discursam, os prefeitos posam para fotos — e o caos segue acelerando na contramão do bom senso.
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