Por Alberto de Avellar – Simões Filho, a cidade icônica dos absurdos, amanheceu com mais um capítulo da novela administrativa que insiste em não acabar. Desta vez, quem entra em cena é o “Homem do Novo Tempo”, o prefeito Devaldo Soares, o Del, que mais uma vez demonstra que o novo só ficou mesmo no discurso de campanha, porque na prática as engrenagens continuam movidas por velhos hábitos, velhas omissões e velhas falhas de gestão.
A APLB-Sindicato, cansada de esperar por providências que nunca chegam, protocolou no último dia 05 de dezembro de 2025 o Ofício nº 294/2025, cobrando aquilo que deveria ser rotina em qualquer governo decente: cumprir a lei e valorizar os profissionais da educação. Mas, como diria a Rádio Peão, “se funcionar direito, não é Simões Filho”.
A cobrança: FUNDEB, carreira e respeito — tudo aquilo que a gestão vive esquecendo
No documento encaminhado ao gabinete do prefeito, a APLB lembra que:
• A Constituição Federal (art. 206) garante a valorização dos profissionais da educação.
• A LDB (art. 67) exige formação continuada, jornada justa e remuneração adequada.
• A Lei do FUNDEB (14.113/2020) determina que no mínimo 70% dos recursos deveriam ser aplicados na remuneração dos profissionais da educação dentro do exercício financeiro.
Mas, ao que tudo indica, esses detalhes não chegaram ao Novo Tempo. Talvez tenham ficado perdidos em alguma gaveta de secretário, entre um cafezinho e um pedido de exoneração.
O sindicato destacou ainda que os valores que o governo costuma chamar de “sobras” são, na verdade, recursos que não foram aplicados corretamente durante o ano, o que evidencia possível descumprimento da legislação. E quando isso acontece, a lei é clara: tem que fazer rateio, não por bondade, mas por obrigação.
O desconforto: quando o discurso moderno esbarra na prática atrasada
O prefeito Del vive repetindo que sua gestão é de diálogo, respeito e valorização. Mas quem pisa nas escolas, quem enfrenta salas quentes, quem compra do próprio bolso material para trabalhar e quem espera meses por respostas sabe que esse diálogo é tão real quanto a “Arca da Aliança” administrativa que dizem estar guardada no gabinete.
Enquanto isso, os profissionais da educação continuam lutando para serem vistos, ouvidos e valorizados — porque ser lembrado só na época de eleição ninguém aguenta mais.
O recado final da APLB: estamos dispostos a colaborar, mas a lei é para cumprir
O sindicato reafirma que está aberto ao diálogo, mas deixa claro que a valorização dos trabalhadores não é opcional, é uma imposição legal. Em outras palavras: não adianta vestir a camisa do “Novo Tempo” se as atitudes continuam de “tempo velho”.
Conclusão do Bom Velhinho
O Homem do Novo Tempo está descobrindo que administrar não é só inaugurar placa, fazer vídeo para rede social e falar bonito no microfone da FM. Governar exige cumprir leis, respeitar pessoas e honrar compromissos.
Quando a gestão prefere maquiagem a conteúdo, o resultado é esse: sindicato batendo na porta, lei batendo na mesa e população batendo palmas… de nervoso.
E, como sempre digo:
Em Simões Filho nada se cria, tudo se copia — até os problemas. Só não copiam as soluções.

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