Por Alberto de Avellar – Dando sequência à série principal do nosso grande sucesso, a “Netflix Simõesfilhense – Simões Filho, a cidade icônica dos absurdos”, que já superou na velocidade da luz a produção “Mulheres Empoderadas”, trago hoje — às vésperas do capítulo final da segunda temporada do julgamento dos réus Dinha, Del e Simone Costa, por Abuso de Poder Econômico e Político — uma reflexão sobre o tema que conduz exatamente aos caminhos do poder absoluto e de seu inevitável irmão bastardo: o Abuso de Poder.
Em tese, o Princípio Republicano nos leva a compreender que o poder emana do povo através do voto, que elege seus representantes, os quais deveriam seguir a filosofia de Abraham Lincoln:
“do povo, para o povo, pelo povo.”
Ou seja:
– Do povo significa, com o suor de seu trabalho, paga impostos e enche os cofres públicos;
– Para o povo significa, no coletivo, deveria receber em troca serviços essenciais de excelência;
– Pelo povo significa, deveria participar ativamente das decisões, garantindo a tal “ampla participação popular na vida pública”.
Mas, como eu disse… EM TESE.
Porque, na prática, a coisa é bem diferente.
À luz do art. 37 da Constituição Federal de 1988, temos o famoso LIMPE — Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência — os pilares da Administração Pública. Unindo esses princípios ao conceito republicano, começamos a entender a metodologia que deveria orientar o Chefe do Executivo — o alcaide — e seu vice-prefeito(a).
No tabuleiro da Administração Pública, o prefeito é o Rei.
Pode até ser a peça mais importante, mas só anda um passo por vez. Tudo tem rito, tudo tem protocolo, tudo tem lei.
Já o vice-prefeito(a), se bem utilizado(a), é a grande peça estratégica:
a Rainha — livre, ágil, capaz de ocupar praticamente todas as casas do tabuleiro, articulando, protegendo e construindo pontes políticas e administrativas que o Rei, sozinho, jamais alcançaria.
Com esse entendimento filosófico contemporâneo, é preciso montar o tabuleiro administrativo de modo que o prefeito governe com segurança, autoridade e confiança nas secretarias-chave:
• Legalidade: Procuradoria
• Impessoalidade: Ouvidoria
• Moralidade: Administração, Finanças e Licitações
• Publicidade: ASCOM e Cerimonial
• Eficiência: Planejamento
• E não menos importante: Transporte, o direito fundamental de ir e vir — sem mobilidade, não existe cidade.
Com essas secretarias sob controle, o prefeito necessita inevitavelmente de seu articulador-mor:
o Secretário de Governo — sua Rainha política, o que despacha diariamente com o Chefe do Executivo, orienta, opina, constrói e, muitas vezes, decide em conjunto com as principais pastas.
Portanto, meninas e meninos, pela lógica republicana e pela escolha popular, quem deveria ocupar essa cadeira estratégica seria, naturalmente, o(a) vice-prefeito(a).
Mas, como já dito inúmeras vezes:
Simões Filho é a cidade icônica dos absurdos.
Talvez — e é só talvez — se antes de fazerem as cagaDINHAS, buscassem aconselhar-se com uma pessoa técnica, conhecedora da verdadeira Arte da Administração Pública, que é também a verdadeira Arte da Guerra no combate à exclusão social, muita coisa que está acontecendo poderia ter sido evitada. E, por consequência, o povo não estaria sofrendo tanto.
Mais uma vez repito:
não existe “Um Novo Tempo” com velhas práticas.
O que não funcionou no passado não funcionará no futuro.
E, para chegar ao objetivo, muitas vezes é preciso recuar, baixar a guarda e adquirir novas perspectivas.

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