ALBERTO DE AVELLAR - Setembro 07, 2025...
É no mínimo irônico — e até poético — que, a apenas quatro dias do julgamento histórico das Cotas de Gênero pelos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, a cidade de Simões Filho respire expectativa. Foram onze meses de espera, narrados em versos e prosas, discutidos em esquinas, bares e redes sociais, sempre acompanhados de embates inflamados e ofensas pessoais de tirar o fôlego.
Chega ao fim o maior escândalo eleitoral já visto no município, onde nove vereadores poderão — ou não — ser cassados e condenados à inelegibilidade por oito longos anos. Uma tragédia para alguns, um alívio para outros.
Mas o detalhe mais saborosamente irônico é que o suposto maestro de todo o esquema, o grande estrategista por trás da fraude eleitoral, o ex-prefeito Diógenes Tolentino, o “Inominável adorador de Dinheiro e Poder”, não sofrerá qualquer arranhão.
Esse personagem, conhecido por apertar mãos como se aplicasse um nocaute e por “lavar cérebros” ao puxar uma orelha, sai incólume deste flagelo eleitoral que alterou o destino político de Simões Filho. Não haverá punição. Nenhuma. Absolutamente nada. Intocável, inabalável, imortal no seu manto de impunidade, Dinha permanece firme no trono invisível de quem reina sem governar.
E assim, diante do maior julgamento da história política da cidade, os vereadores tremem, a população aguarda e a Justiça prepara seu espetáculo. Mas o maestro, ah, esse continuará regendo a orquestra da política local, como se nada tivesse acontecido.
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