Por Fala Joilson – 07 de agosto 2025...
Em entrevista concedida ao repórter @falajoilson, a suplente de vereadora em exercício de mandato Andréia Almeida (União Brasil) falou abertamente sobre a crise política em Simões Filho e a delicada situação envolvendo a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura possíveis fraudes nas candidaturas femininas apresentadas nas eleições de 2024.
Atualmente suplente, Andréia ocupa uma das cadeiras na Câmara Municipal e, caso a AIJE resulte na cassação de nove vereadores, ela e mais um colega de partido poderão assumir os mandatos de forma definitiva. Mas, ao contrário do que se esperaria de quem está “na linha de sucessão”, sua fala surpreende pela franqueza ao reconhecer falhas graves dentro dos próprios partidos.
“Eu acredito que as mulheres que foram candidatas saíram realmente para serem representantes. Mas, infelizmente, nós mulheres somos muito mal interpretadas na questão da política”, declarou a vereadora.
“Faltou apoio, investimento e credibilidade”
Um dos trechos mais fortes da entrevista foi quando Andréia revelou a omissão dos partidos em relação às candidaturas femininas.
“Conheço algumas candidatas que realmente tiveram poucos votos, não tiveram recursos, não tiveram investimento do partido e não tiveram credibilidade de outras mulheres para poder votar nelas”, disse, confirmando publicamente algo que até então era tratado como suspeita nos bastidores.
A declaração reforça o argumento central da AIJE movida pelo Ministério Público Eleitoral, que acusa partidos de fraudar a cota de gênero ao lançar candidaturas femininas fictícias apenas para cumprir a exigência legal de 30%.
Justiça nas mãos do juiz...
Questionada sobre o processo, Andréia preferiu adotar um tom cauteloso, mas confiante:
“Eu não sei a fundo como está esse processo, mas acredito que a justiça é para ser cumprida. Tem um juiz para julgar, tem provas contrárias e a favor. Eu acredito que vai terminar tudo bem.”
Torcida pela justiça — ou pela cadeira?
A fala da vereadora, embora equilibrada, levanta uma questão inevitável: estaria Andréia Almeida torcendo para que “a justiça seja feita” ou para que o resultado da AIJE lhe garanta, de forma definitiva, a tão sonhada vaga no legislativo?
Seja como for, suas declarações jogam luz sobre um tema sensível e silenciado dentro dos partidos políticos da base da base do governo: o abandono das candidaturas femininas e a manipulação da cota de gênero como estratégia de conveniência eleitoral.
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