Por Alberto de Avellar –
Simões Filho, antes apresentada como “cidade em progresso”, agora amarga os reflexos de um rombo financeiro deixado pelo ex-prefeito Diógenes Tolentino Oliveira, o Dinha, conhecido nos bastidores como o inominável. O atual prefeito Devaldo Soares (Del) iniciou o pagamento das dívidas milionárias herdadas do antecessor, que somam mais de R$ 200 milhões em empréstimos contratados durante a última gestão.
O problema: as obras que justificariam tais empréstimos não foram concluídas ou apresentam graves falhas, e grande parte do dinheiro simplesmente desapareceu nos meandros da administração anterior. Agora, com um parcelamento mensal de R$ 3,6 milhões, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) está comprometido, empurrando Simões Filho para uma situação de estagnação e queda de receita.
Cortes e revolta no funcionalismo...
Para cumprir o pagamento da dívida, Del cortou gratificações de servidores efetivos e nomeados, gerando grande insatisfação no funcionalismo público. Segundo relatos, até mesmo funcionários que participaram ativamente do esquema político-eleitoral que manteve o grupo no poder sentiram-se traídos.
“Estão pagando a conta dos erros de Dinha com o nosso bolso”, disse um servidor que pediu anonimato por medo de retaliação.
Crise política e institucional...
Além da crise financeira, Del enfrenta um turbilhão jurídico:
• Processos do Ministério Público investigando suspeitas de desvios de recursos na saúde, educação e programas sociais.
• AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) por abuso de poder político e econômico e fraude na cota de gênero, que pode resultar na cassação de mandatos e novas eleições.
Um legado de dívidas e obras inacabadas...
Durante sua gestão, Dinha contraiu empréstimos vultosos que não resolveram os principais problemas da cidade. Obras mal executadas, ruas esburacadas, escolas com reformas inacabadas e o novo terminal rodoviário — carro-chefe de sua propaganda — se tornaram símbolos da má gestão e do mau uso do dinheiro público.
Agora, Del tenta apagar o incêndio, mas a conta não fecha. Com o FPM comprometido e a receita em queda, o município vive um colapso financeiro que atinge diretamente os serviços básicos e a folha de pagamento.
E o povo?
Enquanto a briga política se arrasta, a população sente na pele os efeitos do caos: obras paradas, falta de investimentos e servidores insatisfeitos. A herança maldita de Dinha se tornou o maior desafio da atual gestão.
“É como tentar tapar o sol com a peneira. Del está pagando a conta, mas a cidade continua abandonada”, afirmou um líder comunitário indignado.
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