Por Alberto de Avellar – lembrando o passado…
Em um dos discursos mais emocionantes da história do ABC Paulista nos anos 70, em pleno período da ditadura no Brasil, o atual presidente da República, Lula, pronunciou palavras que ficaram registradas nos anais da história:
“Gente, é importante que cada um saiba: trabalhador não é de esquerda ou direita. Antes de qualquer coisa, a gente tem que garantir o sustento das nossas famílias. Não somos inimigos de nossos patrões, afinal de contas, são eles que pagam nossos salários…”.
Avançamos no tempo e chegamos a 2025, vivendo outro tipo de ditadura: a imposta por aqueles que querem apenas o poder, usando como blindagem o próprio Estado Democrático de Direito. A igualdade, nesse cenário, virou apenas um escudo para proteger interesses absolutistas, e até as palavras sagradas da Bíblia são manipuladas para convencer e amordaçar o povo.
Outro discurso marcante de Lula, reflete a situação atual de Simões Filho, desta vez cercado por militares no ABC Paulista, ecoa até hoje. Em um estádio de futebol, sem direito a microfones ou sistemas de som, ele pediu que todos repetissem suas palavras:
“Companheiros, tudo que eu disser aqui na frente vocês têm que repetir para o pessoal lá de trás, para que todo mundo possa ouvir. Eles pensam que a gente é burro. Eles pensam que a gente não lê, que a gente não se informa. Mas eles estão muito enganados. Eles não querem dar nada, nada. Querem que a gente trabalhe mais e mais, sem direito algum…”.
Corta para 2025. Na era das redes sociais e dos grupos de WhatsApp, com informações circulando em tempo real, os “ditadores da democracia” usam veículos institucionais e comerciais para distorcer a realidade, acreditando que “a gente é burro” e que “não se informa”.
Simões Filho vive hoje uma crise existencial causada pela herança maldita deixada pelo ex-prefeito Diógenes Tolentino Oliveira (Dinha) — chamado nas ruas de “O Inominável, adorador de dinheiro e poder”. Seu sucessor, Del do Cristo Rei, conhecido popularmente como Del Meio Fio, atua como uma simples marionete nas mãos do Inominável, enquanto a população amarga um cenário de abandono.
Educação precária, saúde em colapso, transporte público caótico, ruas esburacadas e obras inacabadas são a marca registrada dessa gestão. Postos e unidades de saúde sem médicos e medicamentos; ambulâncias sucateadas; ônibus velhos e lotados; bairros isolados por falta de linhas regulares; avenidas recém-pavimentadas que já se desfazem sob a chuva, revelando a má qualidade e a ausência de fiscalização nas obras.
Enquanto isso, a cidade está falida, sem recursos nos cofres públicos, atolada em centenas de processos judiciais por corrupção e desvio de verbas. Na “Câmara do Amém”, vereadores aliados fingem que está tudo bem, ignorando o sofrimento diário da população.
Mesmo com Lula na presidência do Brasil, é difícil combater os atos ditatoriais dos novos coronéis do poder, pois o povo continua amordaçado por uma publicidade oficial enganosa e pela dependência de empregos públicos para sustentar suas famílias. A submissão se tornou regra, e a indignação, exceção.
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