Por Alberto de Avellar – 09 de agosto de 2025
Como me disse um grande amigo: “Saia das planícies e vá para os altos, assim você poderá observar e avaliar melhor o campo de batalha”.
Na época, não compreendi muito bem o conselho, mas, com o tempo, minhas crônicas começaram a obter bons resultados. Passei a analisar, de forma fria e calculista, o tabuleiro da política de Simões Filho, antecipando acontecimentos e estratégias de duas ou três jogadas de cada apostador deste jogo que muda a vida das pessoas.
Vejamos:
O juiz da 33ª Zona Eleitoral sentenciou a ação da Cota de Gênero, e a promotora do Ministério Público pediu o arquivamento do processo, ambos entendendo que houve vícios na inicial — ou seja, quem abriu a representação não teve a preocupação de seguir o rito jurídico, respeitando o ordenamento e os prazos especificados em lei.
E o que mudou no Poder Legislativo?
Caso a sentença fosse diferente, a Câmara Municipal de Simões Filho seria renovada em nove vereadores, incluindo três membros da Mesa Diretora. A nova composição, ao ser empossada por ordem judicial, deveria formar uma nova Mesa Diretora para que, caso na próxima semana houvesse — ou não — a cassação dos três principais acusados por Abuso de Poder Econômico e Político (compra de votos) — Dinha, Del e Simone Costa —, quem assumiria o comando da cidade até a convocação de eleições suplementares seria o presidente da Câmara, conforme nossa Constituição.
Com a sentença atual e com o órgão denunciante não recorrendo à segunda instância, “fica tudo como dantes no quartel de Simões Filho”. Ou seja, caso o magistrado da primeira instância sentencie a AIJE por Abuso de Poder Econômico e Político cassando os três principais réus, o ex-prefeito Dinha ficará tranquilo, pois não é mais prefeito. Já a dupla Del do Cristo Rei e Simone Costa poderá recorrer à segunda instância, permanecendo nos cargos até o julgamento. Caso este lhes seja desfavorável, poderão recorrer à última instância. Se a situação se agravar, quem assume o comando da cidade é o presidente da Câmara, para convocar eleições suplementares.
Um ponto favorável neste imbróglio da Cota de Gênero:
Com a sentença proferida pelo juiz e acatada pelo Ministério Público, quem continua como presidente da Casa Legislativa até 2027, e que assumiria o comando da cidade em caso de cassação da dupla Del & Simone Costa, será Itus Ramos.
Itus Ramos é um velho conhecido neste tabuleiro da política: empresário bem-sucedido, conta com o apoio de grande parte da associação de comerciantes e empresários, foi secretário de Desenvolvimento Econômico, é preocupado com a geração de emprego e renda e tem demonstrado ser um grande estadista e diplomata.
Como presidente da Casa Legislativa, desde o início de seu mandato prega a ampla participação popular na vida pública. Tem aberto as portas da Câmara Municipal para a modernização da imprensa local, com cursos de qualificação profissional para os veículos de comunicação. Criou o Conexão Câmara, que tem levado à população informações em tempo real, além de promover palestras, seminários e salas de bate-papo com o povo de Simões Filho, cumprindo seu papel fundamentado na Constituição no que tange à igualdade para todos, sem discriminação de cor, raça ou credo religioso.
Na minha ótica de cronista político, a atual sentença, para muitos, foi contestável. Mas, analisando desta forma, acabou sendo até mesmo favorável à população, quando o juiz e o Ministério Público “fizeram como Pilatos: lavaram as mãos” em mais este triste capítulo da história de Simões Filho.
E que, pelo menos, fique a lição para outras campanhas eleitorais: a participação de mulheres no poder é de suma importância.
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