Por Alberto de Avellar – 14 de agosto de 2025
Era uma vez, nos tempos de vacas magras e mesas simples, um homem chamado Ceará. Com seu carrinho velho, ele levava aipim fresco para o então pobre Dinha, que na época não passava de um sonhador tentando se erguer na política. O aipim de Ceará não custava um centavo — era dado de coração, servido na humilde mesa do futuro prefeito, para acompanhar o café da manhã que, hoje, daria vergonha de ser comparado com a ostentação atual.
Mas o tempo passou… e com ele vieram o dinheiro, o poder e a amnésia seletiva. Ontem, ao chegar ao Fórum de Simões Filho, na condição de réu no processo da AIJE por abuso de poder político e econômico, Dinha se deparou com uma cena que lhe trouxe memórias do passado: o velho carrinho de Ceará, estacionado próximo ao local do julgamento, com um pneu furado, esperando socorro.
Em vez de emoção ou gratidão, veio a fúria. O ex-prefeito, agora blindado por gravatas caras e café importado, teria dado ordem expressa para o reboque prender e retirar o carro — aquele mesmo que um dia foi símbolo de solidariedade e amizade. O pobre Ceará, que um dia colocou aipim na mesa do homem que agora o humilhava, assistiu impotente à cena.
A atitude virou piada nacional nas redes sociais. Fotos, vídeos e áudios se espalharam como rastilho de pólvora. Teve até frase que já entrou para a galeria das mais célebres do folclore político de Simões Filho:
“Tá vendo, Ceará? Você foi dar aipim a Dinha, ele ficou forte e voltou para te perseguir. Agora vai chorar no pé do caboclo.”
Entre gargalhadas e indignação, a cidade inteira comentou o episódio. Uns riam do absurdo, outros lamentavam a maldade. Mas todos concordavam numa coisa: a política tem memória curta — e quem ontem estendia a mão, hoje pode ser o alvo da ingratidão.
E assim, o Carrinho Velho do Ceará virou símbolo de como a roda da vida gira… e às vezes atropela.
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