Brasília – O MDB prepara o lançamento de um novo programa
partidário que marca uma tentativa de se reposicionar como alternativa
eleitoral para 2026, afastando-se cada vez mais do governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). A movimentação interna reforça os sinais de que o
partido não deve apoiar a candidatura à reeleição do petista, mesmo tendo
atualmente três ministros em cargos estratégicos na Esplanada.
O
plano, que será divulgado em outubro, a um ano das eleições municipais, está
sendo tratado dentro da legenda como uma espécie de atualização do “Ponte para
o Futuro” — documento lançado em 2015 que deu as bases para o governo Michel
Temer, então vice de Dilma Rousseff (PT), e que serviu de sinalização ao
mercado sobre o compromisso com o ajuste fiscal.
A
iniciativa é liderada por alas do partido que defendem um distanciamento do
Palácio do Planalto e a reconstrução da imagem do MDB como protagonista do
centro político. Segundo dirigentes, o novo documento terá foco em
responsabilidade fiscal, reformas estruturantes e incentivo ao investimento
privado, e poderá embasar futuras candidaturas em 2026, inclusive à Presidência
da República.
Embora o partido ainda esteja dividido entre os que defendem a
permanência no governo e os que articulam uma candidatura própria, a divulgação
antecipada do plano é vista como um passo concreto na direção de autonomia
política. A expectativa é de que o texto tenha forte influência de economistas
ligados ao mercado e ex-integrantes do governo Temer.
Internamente, o gesto é interpretado como mais uma etapa no
processo de distanciamento do MDB em relação ao PT, semelhante ao movimento que
antecedeu o impeachment de Dilma. A decisão final sobre alianças para 2026, no
entanto, ainda dependerá do desempenho eleitoral do partido nas eleições
municipais do próximo ano.
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